sábado, 15 de agosto de 2009


A Flor da Honestidade
Orson Peter Carrara



Nos tempos de príncipes, castelos e reis, havia um príncipe que deveria suceder o rei e a condição exigida era que fosse casado. Resolveu então promover uma grande festa para escolher a futura esposa. Conclamou todas as jovens "casadouras" para uma recepção no palácio.
Dentre tantas moças interessadas em se tornarem rainhas, uma delas - que amava o príncipe em silêncio -, de origem humilde e muito pobre confidenciou à mãe a vontade de ir a festa, embora soubesse que não teria chance em virtude da forte concorrência de outras mulheres mais belas e em melhores condições sociais.
Chegou o grande dia. Mulheres belíssimas, em trajes impecáveis compareceram à recepção. Nossa personagem humilde também foi com o único intuito de ficar próximo ao príncipe, vê-lo mais de perto. Apenas isso.
O príncipe ofereceu rica recepção, cumprimentou todas as moças e ao final da festa anunciou que entregaria a todas as candidatas uma semente de flor para que plantassem e voltassem todas daí a seis meses com a flor cultivada e ele escolheria aquela que trouxesse a mais bela flor, que significaria o fruto do amor e dos cuidados com que cuidariam da valiosa planta.
A silenciosa moça que o amava a distância e em silêncio cuidou da semente com o maior amor. Passou o tempo: dois, três, seis meses e nada da planta nascer... Por mais que cuidasse do pequeno vaso onde depositou a semente, jamais ela deu sinal de vida.
No dia marcado para a nova recepção sua mãe pediu que desistisse de ir à festa pois o que levaria já que a planta não houvera nascido. Ela respondeu que embora não tivesse nenhuma chance iria novamente apenas para ver o príncipe pela última vez e poder ser cumprimentada por ele, olhar em seus olhos... Enfim, os "mistérios do amor"...
Na festa, as mais belas mulheres, trajadas novamente em vestidos lindos, apresentavam nas mãos pequenos vasos com as mais lindas flores, de todas as cores, tamanhos e formatos. Somente nossa conhecida personagem levou o vaso apenas com a terra cultivada, sem nenhuma planta...
O príncipe cumprimentou todas as moças, observou todas as flores. Ao final, diante da enorme expectativa e surpresa de todos os participantes da festa sobre qual seria a moça escolhida, o príncipe escolheu exatamente a moça com o vaso vazio. Perplexo o público quis saber. Afinal ele dissera que escolheria a moça que lhe trouxesse a mais bela flor e agora ficara com a moça que não trouxera flor alguma.
E ele explicou:
Somente ela é digna de casar-se com um príncipe e tornar-se rainha. Foi a única honesta de todas as candidatas, pois todas as sementes que entreguei na festa anterior eram estéreis.
Nada mais tenho a dizer... O texto de autor desconhecido faz pensar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário