terça-feira, 29 de setembro de 2009
O jornal na sala de aula
Jornal na sala de aula - Leitura e assunto novo todo dia
O trabalho com jornais, além de ampliar o universo dos alunos, ajuda a formar leitores competentes e torna as suas aulas mais interessantes
Agnes Augusto
Adriana, do Colégio Cristo Rei, de Marília: alunos sentem falta de notícias. Foto: Gustavo Lourenção
Em tempos de interatividade via telefone celular e internet, fazer com que as crianças se interessem pela leitura de jornais não é tarefa das mais fáceis, mas certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem-informados. Trazendo textos com características distintas, fotografia e recursos gráficos, os jornais são uma fonte respeitada para pesquisa e para a obtenção de informação sobre o mundo atual. Além disso, eles se modernizaram e passaram por reestruturações gráficas e editoriais para proporcionar leitura mais agradável de seu conteúdo.
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Para uma criança tomar gosto pelos periódicos, o primeiro passo é acabar com a idéia de que jornal é coisa de "gente grande". Dentro da gama variada de assuntos abordados, certamente são encontradas notícias locais ou de entretenimento que atraem também os pequenos. É importante fazer os alunos se relacionarem com o jornal como se fossem leitores comuns: eles devem manuseá-lo por inteiro (não só textos recortados), aberto sobre uma mesa, no chão ou dobrado; e buscar os cadernos que mais interessam, vendo fotos e lendo títulos, subtítulos e o início de cada reportagem, para saber se vale seguir até o final. "É comum a pessoa iniciar a leitura pela área de que mais gosta, mas isso não significa que ela irá até o fim do texto", afirma Maria José Nóbrega, consultora de Língua Portuguesa. Informação total Apresentar textos cortados, sem referências nem ilustrações - prática comum em livros didáticos - , não é uma maneira eficaz de formar leitores de jornal. Maria Alice Faria, professora aposentada da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, explica que o contexto da edição e da publicação traz informações importantes, que são ocultadas quando se destaca apenas um pedaço. "O professor deve levar jornais inteiros para a sala de aula, mesmo que antigos, pois nem todos os alunos têm acesso a ele ou intimidade com esse meio de comunicação", completa. Juvenal Zanchetta Jr., professor da Unesp de Marília e parceiro de Maria Alice na elaboração de obras sobre o tema, diz que o trabalho com o jornal deve ser permanente: "Aos poucos, essa atividade se torna mais complexa com a ampliação da capacidade de leitura dos alunos". Os menores começam identificando a estrutura da mídia e dos textos nela publicados, redigindo pequenas notas. Da 4ª série em diante, eles já podem fazer um produto semelhante. Depois da 5ª, é possível chamar a atenção da turma para as opções políticas e ideológicas de cada publicação, comparando o tratamento dado a um mesmo fato em diferentes jornais. Antes de começar qualquer trabalho, porém, o professor precisa buscar informação sobre os jornais em estudos desenvolvidos na área e conhecer um pouco da linguagem gráfica (veja sugestões de leitura no quadro Quer saber mais?). É comum ver professores e alunos frustrados com o exercício de fazer jornal na escola, pois a expectativa que se cria em torno desse tipo de atividade é muito grande. "A atividade deve ser um meio e não um fim", explica Zanchetta. "Serve para o professor estimular os alunos a escrever, a argumentar, a trabalhar em grupo, entre outras questões." Na produção com turmas de séries iniciais, é preciso levar em conta que a diversidade de gêneros pode confundir os alunos. "Se a edição é feita por uma só turma, produzir um boletim apenas com textos informativos é mais produtivo do que explorar, ao mesmo tempo, os diversos gêneros", ressalva a professora Celina Bruniera, consultora para o ensino de línguas e selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10. Aprender a ler notícias Adriana Pastorello, professora da 4ª série do Colégio Cristo Rei, em Marília, no interior de São Paulo, trabalha há dois anos com jornais em sala de aula. Durante os primeiros meses, ela faz um trabalho de sensibilização com a criançada. "Peço para a bibliotecária guardar exemplares durante as férias e, nas aulas iniciais, distribuo um para cada aluno", conta. Apesar da resistência dos pequenos dizendo que "jornal é coisa de velho", que "suja a mão" ou que "tem palavras difíceis", Adriana apresenta o produto, ensinando-os a manipulá-lo, a dobrá-lo, a diferenciar os cadernos, a ver as fotos, as legendas, as manchetes, os títulos e as colunas. Em seguida, ela coloca a abertura da reportagem - o lide (leia quadro O Jargão Jornalístico) - em um retroprojetor e explica que ele é formado por seis questões básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Seguindo o texto, a turma encontra nos primeiros parágrafos - se a reportagem estiver bem escrita - as respostas para essas perguntas. O próximo passo é rascunhar, em grupo, um lide sobre um fato ocorrido na escola. Na etapa posterior, Adriana pede para os alunos lerem todos os dias uma notícia em casa ou na biblioteca da escola, que recebe dois jornais de circulação nacional e dois de interesse local. Em classe, a professora escolhe alguns estudantes para contar aos colegas o que leram. "Normalmente eles procuram notícias sobre assuntos já estudados em sala de aula ou que tenham relação com a cidade", exemplifica. Mídias comparadas Além de discutir os fatos com as crianças, Adriana compara a leitura do jornal com sua versão na internet (as crianças preferem ler no papel, por ser mais fácil encontrar as notícias), discute a diagramação (o motivo pelo qual uma notícia aparece em cima e outra embaixo da página, em títulos com letras maiores ou menores) e aborda as diferentes maneiras de tratar o mesmo tema — comparando com outras publicações ou com telejornais. Ela aponta ainda as diferenças entre os vários gêneros textuais (artigo, reportagem, classificados, horóscopo etc.). "No início, eu tive dúvida sobre o sucesso dessa atividade", confessa Adriana. Hoje, ela admite que, no final de cada ano, seus alunos se tornam leitores habituais de jornal e até sentem falta de notícias novas todos os dias. A experiência de Mônica Gouvêa França Pereira, professora da 4ª série do Colégio Santa Cruz, na capital paulista, avança para a edição de um jornal depois de todo o trabalho de análise, de comparação e de discussão do texto jornalístico. O "Jornal do Santa" nasce no mural de cortiça da classe, que é dividido em seções - como se fossem os cadernos dos jornais comuns. Lá os alunos fixam notícias que trazem de casa antes de discuti-las com os colegas. Ao partir para a produção, ela chama a atenção para três aspectos do texto jornalístico: a linguagem direta; os tempos verbais utilizados nos títulos, textos e legendas; e a estrutura da notícia (abertura, desenvolvimento e conclusão). Por fim, discute-se o perfil do futuro leitor da publicação, no caso, colegas, pais, professores e funcionários. Montadas as equipes de reportagem (grupos de quatro), começam as reuniões para a definição de pautas, geralmente relacionadas à comunidade e ao comportamento dos alunos. Tabelas e gráficos também entram nas reportagens, utilizando-se aí conhecimentos de Matemática, na área do tratamento da informação. Na aula de Inglês, as crianças elaboram a seção de divertimento, chamada fun pages, com cruzadinhas, caça-palavras e jogos em inglês. Formam-se duplas de redatores (que vão apurar, pesquisar e redigir) e de diretores de arte (responsáveis pelas fotos, ilustrações, gráficos, diagramação, revisão do texto, além de auxiliar na escolha de olho, título e legenda). Cada equipe assina a página que elaborou. Na hora da diagramação, a professora coloca uma folha de papel A3 (29,7cm x 42cm) no quadro-negro. Os alunos colam as fotos e os textos feitos em computador nos lugares onde desejam que o material seja publicado. Esse rascunho é encaminhado para o departamento de informática da escola. Lá, uma diagramadora monta tudo no Page Maker, um programa de computador específico para esse trabalho. A edição é impressa em uma gráfica contratada para esse fim. O resultado é um jornal com 64 páginas e cinco cadernos (Comportamento, Cotidiano, Santa Cruz, Cultura e Turismo). Detalhe: as crianças da 3ª série fazem as matérias de Turismo e as da 2ª os Classificados. "Um trabalho como esse desenvolve a autonomia das crianças, tornando-as verdadeiros alunos-repórteres, e as desperta para a importância da leitura periódica de jornal", comemora Mônica. Os 1800 exemplares do jornal são enviados em dezembro para a casa de todos os alunos.
FAZENDO O PRÓPRIO JORNAL Ao produzir um jornal em sala de aula, procure não valorizar demais o produto final, pois dificilmente ele será parecido com os modelos conhecidos. Dê mais importância ao processo de produção, estimulando o uso de: - Diferentes gêneros textuais de imprensa (artigo, reportagem, fotojornalismo). - Diferentes funções e níveis de linguagem presentes nos jornais. - Noções gramaticais diversas. - Recursos de pesquisa, do trabalho coletivo e interdisciplinar. - Estratégias que ajudem a firmar a identidade dos alunos. O passo-a-passo - Defina com a turma como será o jornal: impresso (e distribuído) ou mural (afixado). - Forme grupos de trabalho com professores, alunos, funcionários e distribua responsabilidades. - Marque reuniões regulares para tomar decisões e avaliar resultados. - Defina o público para o qual se dirige a publicação. - Escolha o nome e o logotipo. - Avalie a necessidade e a disponibilidade de recursos materiais, como papel, máquinas fotográficas, gravadores para entrevista, computadores, despesas em geral (filmes, revelação, gráfica etc.), além de patrocinadores e publicidade. Conteúdos e seções O perfil temático pode ser definido pela turma, sob a sua coordenação. Opções: - Ser porta-voz da direção da escola. - Ser porta-voz dos alunos. - Abordar temas gerais, atualidades, temáticas locais ou gerais, assuntos da escola. - Relacionar a escola à comunidade. - Debater temas "quentes". - Promover entretenimento. Projeto gráfico É o que vai definir a cara do jornal. Para isso, a turma deve: - Analisar o projeto gráfico de outros jornais e elaborar um específico para o jornal da escola. - Criar uma identidade visual, ou seja, escolher o tipo das letras para os títulos, textos e legendas, o uso ou não de cores — e quais; o uso ou não de ilustrações etc. - Estabelecer as seções que aparecerão sempre no mesmo espaço. - Indicar em um quadro a relação dos responsáveis pela produção e pela realização do jornal (o expediente). Evite - Transformar o jornal em apostila de aula ou em páginas grampeadas. Jornais devem ter visual e linguagem próprios. - Utilizar linguagens específicas dos gêneros jornalísticos. - Usar lugares-comuns, como o excesso de piadas, de textos pessoais de alunos, poesias, em vez de trazer coisas novas. Quadro preparado por Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr
O trabalho com jornais, além de ampliar o universo dos alunos, ajuda a formar leitores competentes e torna as suas aulas mais interessantes
Agnes Augusto
Adriana, do Colégio Cristo Rei, de Marília: alunos sentem falta de notícias. Foto: Gustavo Lourenção
Em tempos de interatividade via telefone celular e internet, fazer com que as crianças se interessem pela leitura de jornais não é tarefa das mais fáceis, mas certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem-informados. Trazendo textos com características distintas, fotografia e recursos gráficos, os jornais são uma fonte respeitada para pesquisa e para a obtenção de informação sobre o mundo atual. Além disso, eles se modernizaram e passaram por reestruturações gráficas e editoriais para proporcionar leitura mais agradável de seu conteúdo.
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Para uma criança tomar gosto pelos periódicos, o primeiro passo é acabar com a idéia de que jornal é coisa de "gente grande". Dentro da gama variada de assuntos abordados, certamente são encontradas notícias locais ou de entretenimento que atraem também os pequenos. É importante fazer os alunos se relacionarem com o jornal como se fossem leitores comuns: eles devem manuseá-lo por inteiro (não só textos recortados), aberto sobre uma mesa, no chão ou dobrado; e buscar os cadernos que mais interessam, vendo fotos e lendo títulos, subtítulos e o início de cada reportagem, para saber se vale seguir até o final. "É comum a pessoa iniciar a leitura pela área de que mais gosta, mas isso não significa que ela irá até o fim do texto", afirma Maria José Nóbrega, consultora de Língua Portuguesa. Informação total Apresentar textos cortados, sem referências nem ilustrações - prática comum em livros didáticos - , não é uma maneira eficaz de formar leitores de jornal. Maria Alice Faria, professora aposentada da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, explica que o contexto da edição e da publicação traz informações importantes, que são ocultadas quando se destaca apenas um pedaço. "O professor deve levar jornais inteiros para a sala de aula, mesmo que antigos, pois nem todos os alunos têm acesso a ele ou intimidade com esse meio de comunicação", completa. Juvenal Zanchetta Jr., professor da Unesp de Marília e parceiro de Maria Alice na elaboração de obras sobre o tema, diz que o trabalho com o jornal deve ser permanente: "Aos poucos, essa atividade se torna mais complexa com a ampliação da capacidade de leitura dos alunos". Os menores começam identificando a estrutura da mídia e dos textos nela publicados, redigindo pequenas notas. Da 4ª série em diante, eles já podem fazer um produto semelhante. Depois da 5ª, é possível chamar a atenção da turma para as opções políticas e ideológicas de cada publicação, comparando o tratamento dado a um mesmo fato em diferentes jornais. Antes de começar qualquer trabalho, porém, o professor precisa buscar informação sobre os jornais em estudos desenvolvidos na área e conhecer um pouco da linguagem gráfica (veja sugestões de leitura no quadro Quer saber mais?). É comum ver professores e alunos frustrados com o exercício de fazer jornal na escola, pois a expectativa que se cria em torno desse tipo de atividade é muito grande. "A atividade deve ser um meio e não um fim", explica Zanchetta. "Serve para o professor estimular os alunos a escrever, a argumentar, a trabalhar em grupo, entre outras questões." Na produção com turmas de séries iniciais, é preciso levar em conta que a diversidade de gêneros pode confundir os alunos. "Se a edição é feita por uma só turma, produzir um boletim apenas com textos informativos é mais produtivo do que explorar, ao mesmo tempo, os diversos gêneros", ressalva a professora Celina Bruniera, consultora para o ensino de línguas e selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10. Aprender a ler notícias Adriana Pastorello, professora da 4ª série do Colégio Cristo Rei, em Marília, no interior de São Paulo, trabalha há dois anos com jornais em sala de aula. Durante os primeiros meses, ela faz um trabalho de sensibilização com a criançada. "Peço para a bibliotecária guardar exemplares durante as férias e, nas aulas iniciais, distribuo um para cada aluno", conta. Apesar da resistência dos pequenos dizendo que "jornal é coisa de velho", que "suja a mão" ou que "tem palavras difíceis", Adriana apresenta o produto, ensinando-os a manipulá-lo, a dobrá-lo, a diferenciar os cadernos, a ver as fotos, as legendas, as manchetes, os títulos e as colunas. Em seguida, ela coloca a abertura da reportagem - o lide (leia quadro O Jargão Jornalístico) - em um retroprojetor e explica que ele é formado por seis questões básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Seguindo o texto, a turma encontra nos primeiros parágrafos - se a reportagem estiver bem escrita - as respostas para essas perguntas. O próximo passo é rascunhar, em grupo, um lide sobre um fato ocorrido na escola. Na etapa posterior, Adriana pede para os alunos lerem todos os dias uma notícia em casa ou na biblioteca da escola, que recebe dois jornais de circulação nacional e dois de interesse local. Em classe, a professora escolhe alguns estudantes para contar aos colegas o que leram. "Normalmente eles procuram notícias sobre assuntos já estudados em sala de aula ou que tenham relação com a cidade", exemplifica. Mídias comparadas Além de discutir os fatos com as crianças, Adriana compara a leitura do jornal com sua versão na internet (as crianças preferem ler no papel, por ser mais fácil encontrar as notícias), discute a diagramação (o motivo pelo qual uma notícia aparece em cima e outra embaixo da página, em títulos com letras maiores ou menores) e aborda as diferentes maneiras de tratar o mesmo tema — comparando com outras publicações ou com telejornais. Ela aponta ainda as diferenças entre os vários gêneros textuais (artigo, reportagem, classificados, horóscopo etc.). "No início, eu tive dúvida sobre o sucesso dessa atividade", confessa Adriana. Hoje, ela admite que, no final de cada ano, seus alunos se tornam leitores habituais de jornal e até sentem falta de notícias novas todos os dias. A experiência de Mônica Gouvêa França Pereira, professora da 4ª série do Colégio Santa Cruz, na capital paulista, avança para a edição de um jornal depois de todo o trabalho de análise, de comparação e de discussão do texto jornalístico. O "Jornal do Santa" nasce no mural de cortiça da classe, que é dividido em seções - como se fossem os cadernos dos jornais comuns. Lá os alunos fixam notícias que trazem de casa antes de discuti-las com os colegas. Ao partir para a produção, ela chama a atenção para três aspectos do texto jornalístico: a linguagem direta; os tempos verbais utilizados nos títulos, textos e legendas; e a estrutura da notícia (abertura, desenvolvimento e conclusão). Por fim, discute-se o perfil do futuro leitor da publicação, no caso, colegas, pais, professores e funcionários. Montadas as equipes de reportagem (grupos de quatro), começam as reuniões para a definição de pautas, geralmente relacionadas à comunidade e ao comportamento dos alunos. Tabelas e gráficos também entram nas reportagens, utilizando-se aí conhecimentos de Matemática, na área do tratamento da informação. Na aula de Inglês, as crianças elaboram a seção de divertimento, chamada fun pages, com cruzadinhas, caça-palavras e jogos em inglês. Formam-se duplas de redatores (que vão apurar, pesquisar e redigir) e de diretores de arte (responsáveis pelas fotos, ilustrações, gráficos, diagramação, revisão do texto, além de auxiliar na escolha de olho, título e legenda). Cada equipe assina a página que elaborou. Na hora da diagramação, a professora coloca uma folha de papel A3 (29,7cm x 42cm) no quadro-negro. Os alunos colam as fotos e os textos feitos em computador nos lugares onde desejam que o material seja publicado. Esse rascunho é encaminhado para o departamento de informática da escola. Lá, uma diagramadora monta tudo no Page Maker, um programa de computador específico para esse trabalho. A edição é impressa em uma gráfica contratada para esse fim. O resultado é um jornal com 64 páginas e cinco cadernos (Comportamento, Cotidiano, Santa Cruz, Cultura e Turismo). Detalhe: as crianças da 3ª série fazem as matérias de Turismo e as da 2ª os Classificados. "Um trabalho como esse desenvolve a autonomia das crianças, tornando-as verdadeiros alunos-repórteres, e as desperta para a importância da leitura periódica de jornal", comemora Mônica. Os 1800 exemplares do jornal são enviados em dezembro para a casa de todos os alunos.
FAZENDO O PRÓPRIO JORNAL Ao produzir um jornal em sala de aula, procure não valorizar demais o produto final, pois dificilmente ele será parecido com os modelos conhecidos. Dê mais importância ao processo de produção, estimulando o uso de: - Diferentes gêneros textuais de imprensa (artigo, reportagem, fotojornalismo). - Diferentes funções e níveis de linguagem presentes nos jornais. - Noções gramaticais diversas. - Recursos de pesquisa, do trabalho coletivo e interdisciplinar. - Estratégias que ajudem a firmar a identidade dos alunos. O passo-a-passo - Defina com a turma como será o jornal: impresso (e distribuído) ou mural (afixado). - Forme grupos de trabalho com professores, alunos, funcionários e distribua responsabilidades. - Marque reuniões regulares para tomar decisões e avaliar resultados. - Defina o público para o qual se dirige a publicação. - Escolha o nome e o logotipo. - Avalie a necessidade e a disponibilidade de recursos materiais, como papel, máquinas fotográficas, gravadores para entrevista, computadores, despesas em geral (filmes, revelação, gráfica etc.), além de patrocinadores e publicidade. Conteúdos e seções O perfil temático pode ser definido pela turma, sob a sua coordenação. Opções: - Ser porta-voz da direção da escola. - Ser porta-voz dos alunos. - Abordar temas gerais, atualidades, temáticas locais ou gerais, assuntos da escola. - Relacionar a escola à comunidade. - Debater temas "quentes". - Promover entretenimento. Projeto gráfico É o que vai definir a cara do jornal. Para isso, a turma deve: - Analisar o projeto gráfico de outros jornais e elaborar um específico para o jornal da escola. - Criar uma identidade visual, ou seja, escolher o tipo das letras para os títulos, textos e legendas, o uso ou não de cores — e quais; o uso ou não de ilustrações etc. - Estabelecer as seções que aparecerão sempre no mesmo espaço. - Indicar em um quadro a relação dos responsáveis pela produção e pela realização do jornal (o expediente). Evite - Transformar o jornal em apostila de aula ou em páginas grampeadas. Jornais devem ter visual e linguagem próprios. - Utilizar linguagens específicas dos gêneros jornalísticos. - Usar lugares-comuns, como o excesso de piadas, de textos pessoais de alunos, poesias, em vez de trazer coisas novas. Quadro preparado por Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
Inclusão na sala de aula
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down vem por meio dessa discordar do pronunciamento do Senador Flávio Arns, nesse dia 14 de julho de 2009. Novamente o Senador se manifesta contra a “Educação” em conformidade ao que preconiza a Constituição Federal de 1988, e contraria os princípios fundamentais da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que vigora no território nacional com valor de Emenda Constitucional.
Perguntamos ao Senador como construir uma sociedade inclusiva sem a convivência na sala de aula e o sentimento de pertencer a mesma geração, e ainda por que pessoas com deficiência intelectual,atualmente com maior acesso ao AEE- Atendimento Educacional Especializado, não deveriam usufruir do direito adquirido à educação inclusiva.
Preferencialmente precisamos ajudar a diminuir as barreiras da segregação e acabar com as causas do preconceito. Preferencialmente esperamos que os Senadores do nosso país estejam conosco exigindo educação de qualidade para Todos (as), nos mesmos espaços, e lutem conosco para que crianças e adolescentes tenham acesso as salas de recursos multifuncionais em seus estados e municípios.
Como mães e pais, precisamos e queremos que nossos filhos cresçam sem segregação, não pensamos apenas no hoje, mas também no amanhã, quando pode ser que precisem de mais recursos e apoios e talvez não estejamos presentes. Precisamos sim que os Senadores lutem pelo futuro e presente dos nossos filhos, e entre outras coisas, o acesso ao trabalho, ao lazer, à cultura, à informação, ao envelhecimento com dignidade, está diretamente relacionado com a educação inclusiva, que deve ser para alunos e alunas, com e sem deficiência e sem restrições, independente de classe, cultura, religião, orientação sexual, etnia, etc.
O AEE pode acontecer fora da escola regular e preferencialmente dentro dela, mas todas as crianças tem o direito inquestionável e indisponível à educação e a estudar e crescer com os seus pares com e sem deficiência dentro da classe comum da escola regular.
De fato, precisávamos mesmo de uma SEESP/MEC ativa, que trabalhasse direta e ativamente pela educação inclusiva de qualidade e de acordo com a nossa Lei maior. A construção da educação inclusiva depende do Governo, da sociedade civil, do apoio da classe política e precisa o quanto antes se transformar em política de Estado, e para isso pedimos o apoio do Senado Federal.
A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE SÍNDROME DE DOWN manifesta a sua indignação com o pronunciamento do Senador Flávio Arns em um momento onde a Educação Inclusiva avança nesse país. A SEESP/MEC acompanha a sociedade brasileira em suas aspirações por uma educação para TODOS (AS) e atendendo as especificidades de cada deficiência, mas à parte disso, acreditamos que essa convivência é indispensável para que no futuro possamos usufruir de uma sociedade livre de preconceito e discriminação, onde pessoas com deficiência naturalmente estarão nas salas de aula e em todos os espaços da sociedade, como deve ser.
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Perguntamos ao Senador como construir uma sociedade inclusiva sem a convivência na sala de aula e o sentimento de pertencer a mesma geração, e ainda por que pessoas com deficiência intelectual,atualmente com maior acesso ao AEE- Atendimento Educacional Especializado, não deveriam usufruir do direito adquirido à educação inclusiva.
Preferencialmente precisamos ajudar a diminuir as barreiras da segregação e acabar com as causas do preconceito. Preferencialmente esperamos que os Senadores do nosso país estejam conosco exigindo educação de qualidade para Todos (as), nos mesmos espaços, e lutem conosco para que crianças e adolescentes tenham acesso as salas de recursos multifuncionais em seus estados e municípios.
Como mães e pais, precisamos e queremos que nossos filhos cresçam sem segregação, não pensamos apenas no hoje, mas também no amanhã, quando pode ser que precisem de mais recursos e apoios e talvez não estejamos presentes. Precisamos sim que os Senadores lutem pelo futuro e presente dos nossos filhos, e entre outras coisas, o acesso ao trabalho, ao lazer, à cultura, à informação, ao envelhecimento com dignidade, está diretamente relacionado com a educação inclusiva, que deve ser para alunos e alunas, com e sem deficiência e sem restrições, independente de classe, cultura, religião, orientação sexual, etnia, etc.
O AEE pode acontecer fora da escola regular e preferencialmente dentro dela, mas todas as crianças tem o direito inquestionável e indisponível à educação e a estudar e crescer com os seus pares com e sem deficiência dentro da classe comum da escola regular.
De fato, precisávamos mesmo de uma SEESP/MEC ativa, que trabalhasse direta e ativamente pela educação inclusiva de qualidade e de acordo com a nossa Lei maior. A construção da educação inclusiva depende do Governo, da sociedade civil, do apoio da classe política e precisa o quanto antes se transformar em política de Estado, e para isso pedimos o apoio do Senado Federal.
A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE SÍNDROME DE DOWN manifesta a sua indignação com o pronunciamento do Senador Flávio Arns em um momento onde a Educação Inclusiva avança nesse país. A SEESP/MEC acompanha a sociedade brasileira em suas aspirações por uma educação para TODOS (AS) e atendendo as especificidades de cada deficiência, mas à parte disso, acreditamos que essa convivência é indispensável para que no futuro possamos usufruir de uma sociedade livre de preconceito e discriminação, onde pessoas com deficiência naturalmente estarão nas salas de aula e em todos os espaços da sociedade, como deve ser.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009
A importância da informática na Educação Infantil
A importância da informática na Educação Infantil
Desde pequenos temos contato com a tecnologia. Tudo que nos rodeia é pura tecnologia. Sendo assim torna-se imprescindível abrirmos nossos horizontes para as formas mais eficazes de aprender a lidar com todas as inovações que estão surgindo no mercado. O computador é uma tecnologia de extrema importância para todos nós e desde pequenas as crianças são atraídas e fascinadas por ele. Nós educadores, devemos então tornar este aprendizado prazeroso valendo-se de diversos recursos para que a criança seja instigada a pensar e agir, utilizando-se da máquina como um acessório de grande valia para o desenvolvimento de sua aprendizagem. A escola então tem um papel fundamental na construção do uso desta tecnologia. Quando a Informática Educativa é bem planejada e implantada, a criança só tem a ganhar ao trabalhar com jogos, ou qualquer outro tipo de software que lhe dê possibilidades de aprofundar, reelaborar, ou até iniciar a construção de um conhecimento inserido em um contexto que respeite o seu processo de desenvolvimento e por conseguinte esteja em consonância com os objetivos próprios da escola de educação infantil.
O interesse pela sala de informática já é uma realidade na Escola Estadual Carlos Irigaray Filho de Alto Taquari. Os professores tem trazido constantemente seus alunos na sala de informática para pesquisas, jogos educativos e praticarem exercícios online, etc.
Isso tem representado muitas diferenças na educação e aprendizagem das crianças.
Reila Maria de C. Oliveira – reimar.educa@gmail.com
Professora Responsável pelo Laboratório de Informática
Desde pequenos temos contato com a tecnologia. Tudo que nos rodeia é pura tecnologia. Sendo assim torna-se imprescindível abrirmos nossos horizontes para as formas mais eficazes de aprender a lidar com todas as inovações que estão surgindo no mercado. O computador é uma tecnologia de extrema importância para todos nós e desde pequenas as crianças são atraídas e fascinadas por ele. Nós educadores, devemos então tornar este aprendizado prazeroso valendo-se de diversos recursos para que a criança seja instigada a pensar e agir, utilizando-se da máquina como um acessório de grande valia para o desenvolvimento de sua aprendizagem. A escola então tem um papel fundamental na construção do uso desta tecnologia. Quando a Informática Educativa é bem planejada e implantada, a criança só tem a ganhar ao trabalhar com jogos, ou qualquer outro tipo de software que lhe dê possibilidades de aprofundar, reelaborar, ou até iniciar a construção de um conhecimento inserido em um contexto que respeite o seu processo de desenvolvimento e por conseguinte esteja em consonância com os objetivos próprios da escola de educação infantil.
O interesse pela sala de informática já é uma realidade na Escola Estadual Carlos Irigaray Filho de Alto Taquari. Os professores tem trazido constantemente seus alunos na sala de informática para pesquisas, jogos educativos e praticarem exercícios online, etc.
Isso tem representado muitas diferenças na educação e aprendizagem das crianças.
Reila Maria de C. Oliveira – reimar.educa@gmail.com
Professora Responsável pelo Laboratório de Informática
Minha aula
Ativ8_celia_unid2
Eu pude observar o interesse dos alunos pelas fábulas.A maioria dos alunos se comportaram muito bem durante as atividades.Constatei apenas dois alunos com dificuldades de interpretação.
Realizaram suas atividades com facilidade e criatividade respeitando o tempo de cada um.
Eu pude observar o interesse dos alunos pelas fábulas.A maioria dos alunos se comportaram muito bem durante as atividades.Constatei apenas dois alunos com dificuldades de interpretação.
Realizaram suas atividades com facilidade e criatividade respeitando o tempo de cada um.
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